quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

ARREMESSA, REBATE E CORRE

Apesar de pouco difundido, beisebol atrai praticantes em Londrina;
esporte incentiva a cooperação
 
          Londrina possui o maior complexo de beisebol do Brasil. São dois estádios e sete campos que sediam treinamentos e competições desse esporte que, associado há décadas à comunidade formada por descendentes de japoneses, tem atraído também a atenção dos não descendentes.
          A estrutura, que já sediou dois campeonatos mundiais na década de 1990, fica na Associação Cultural e Esportiva de Londrina (Acel). O clube aglutina pelo menos 200 praticantes de beisebol e softbol, desde crianças pequenas até veteranos de mais de 70 anos.
          O desafio da agremiação, de acordo com Miguel Nishihara, diretor do departamento de beisebol e softbol, é atrair mais praticantes, principalmente entre a comunidade de origem não nipônica. ''As pessoas têm curiosidade, mas não procuram informações porque acreditam ser um 'esporte de japonês'. Todos são bem-vindos'', ressaltou.
          A advogada Miriam Kayano é coordenadora da categoria infantil do beisebol de Londrina, que reúne atletas de 11 e 12 anos. Ela afirma que sua vida foi totalmente transformada pelo esporte.
          Mãe de Lucas, 12, ela começou a levar o filho para os treinos e, pouco tempo depois, estava totalmente envolvida. ''O Lucas é filho único. Com o beisebol, aprendeu a dividir. Também acho importante que ele conviva com amigos de realidades diferentes'', explicou.
          Para conseguir bancar os custos com competições, os departamentos realizam promoções variadas, como 'pizzadas' e bazar de usados em feiras livres. ''Todo mundo tem que colocar a 'mão na massa''', contou ela, que chegou a fazer curso de árbitro para atuar nas competições. Outra atividade que envolve o esforço de todos é a preparação das refeições nos dias de treino. ''As mães acabam tendo que ajudar.''
          A dentista Luciana Walter colocou os três filhos, Bruno, 11, Darcio, 9, e Marina, 6, nos treinos de beisebol para que eles convivessem com outras crianças. ''Como é um esporte coletivo, a equipe toda precisa falar a mesma língua. estimula a cooperação'', explicou.
          Bruno Valter Cardoso, filho de Luciana, conhecia o beisebol apenas pelas transmissões da TV. Convidado por um amigo, ele começou a treinar na Acel e hoje integra a equipe infantil. ''A parte mais legal é rebater. Não tem nenhuma parte chata'', disse ele, que passou a entender melhor os jogos que vê na televisão.
          Guilherme Matsui, 12, é veterano nos campos da Acel. Jogador desde os 5 anos, gosta de viajar para as competições e até já trouxe garotos de fora do clube para participarem dos treinos. ''Meus amigos da escola acham que é um esporte diferente'', explicou.
          Totalmente envolvido, ele tem planos de se profissionalizar. O primeiro passo seria integrar a equipe do Centro de Treinamento de Ibiúna, no interior de São Paulo, que reúne as promessas do esporte no Brasil. ''Estou me dedicando para ser chamado.''

FONTE: Folha de Londrina

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